14 de ago. de 2017

Justiça e Congresso deixam povo a insegurança.

• Em crise, Rio pós-olímpico enfrenta aumento de moradores de rua que dormem no centro do Rio; em crise, cidade tem aumento de sem-teto. 
• Sobe para 97 o número de policiais mortos no RJ somente neste ano. 
• Nos últimos cinco anos, os recursos das Forças Armadas foram reduzidos em 44,5%: só as verbas discricionárias caíram de R$ 17,5 bilhões para R$ 9,7 bilhões. Integrantes do Alto Comando de Exército, Marinha e Aeronáutica alertam para risco de colapso e dizem que só há dinheiro para cobrir gastos até o mês que vem. 
• Além de cortes em despesas básicas, contratos de troca de armas estão congelados e cursos, suspensos. Na quarta-feira, unidade de Mato Grosso do Sul pediu ajuda para pagar luz. O Planejamento diz que se esforça para resolver os problemas.
• Em meio à grave crise econômica do País, com fábricas ociosas e demissões, a indústria automobilística está intensificando o processo de robotização. Grande parte dos robôs foi adquirida nos últimos quatro anos, período em que a produção de veículos caiu 32% e o total de funcionários baixou 21%, perdendo 30 mil vagas. 
• O processo avança também pelos setores de alimentos e bebidas, eletroeletrônico e químico. O Brasil instala 1,5 mil robôs por mês. 
• Já no âmbito da crise política, o vereador pelo Rio César Maia, pai do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse ao Estado que o ministro do STF Edson Fachin e o procurador-geral Rodrigo Janot foram os responsáveis pelo fortalecimento do Centrão. Na entrevista, ele ainda ressalta que o seu partido, o DEM, não deve estar a reboque do PSDB em 2018. 
• Governo deve revisar hoje metas de déficit para R$ 159 bi. Por receita, equipe econômica quer congelar reajuste salarial de servidores. 
• Déficit maior em 2017 e 2018 dificulta ajuste prometido pelo governo. Objetivo de pôr as contas no azul em 2020 está cada vez mais complicado de ser alcançado. 
• Estrangeiros voltam a investir no País. Com a recuperação da economia e cenário externo favorável, eles impulsionaram fusões e aquisições. 
• Domésticos podem ficar fora da reforma na CLT. Falta de sindicatos patronais, necessários para acordos que se sobreponham à legislação, é entrave. 
• Arminio: Não dá para ser otimista com o País. Em entrevista, economista diz que é inevitável que o próximo governo faça reforma da Previdência. 
• Triunfo do atraso. Bancar termoelétricas a óleo prejudica o Brasil. Caras e poluidoras, usinas a óleo já deveriam ter acabado. 
• Delação da OAS encolhe para ocorrer até saída de Janot. Número de possíveis colaboradores da empreiteira caiu de 50 para 20. 
• Dodge mostra e-mail em que pede audiência com Temer. Mensagem da Procuradoria à Presidência é divulgada 5 dias após encontro. Posse, dia 18, será na sede da PGR. 
• Reeleito, Skaf pode ficar 17 anos na Fiesp. Após mudar estatuto, empresário ganha eleição pela quarta vez consecutiva. 
• Nova taxa do BNDES poupará até R$ 100 bilhões, afirma estudo. Redução de subsídios, proposta em MP, atenuaria alta da dívida pública.
• Encontro entre Dodge e Temer foi ‘institucional’, diz PGR.
• Aeronáutica investiga acidente com ex-senador boliviano. 
• 94% dos eleitores não se veem representados por políticos. 
• Ó justiça! Ex-médico estuprador Abdelmassih vai voltar para a prisão domiciliar. Abdelmassih foi condenado a 181 anos por estuprar 37 mulheres. Abdelmassih tem expectativa de vida muito curta, diz advogado.

• Palco de conflito racial nos EUA vive dia de tensão. Líder de marcha contra minorias culpa polícia por não evitar confronto.
• Trump culpou vários lados pela violência em Charlottesville. Discurso do presidente americano foi criticado por políticos democratas e republicanos. Motorista de Charlottesville admirava ideais nazistas. James Alex Fields Jr., de 20 anos, preso após atropelar e matar uma pessoa e ferir 19 durante protestos no sábado na Virgínia, nos EUA, defendia ideais nazistas na escola, segundo seu professor Derek Weimer. Para rebater críticas a Trump por ter culpado vários lados, a Casa Branca disse que a fala do presidente abrangia os supremacistas brancos. 
• EUA querem solução pacífica na Venezuela, diz Pence. 
• Caracas prende suspeitos de ataque a base militar. Inteligência prende 18 e procura 23, inclusive opositores no exterior. 
• Guerra contra Coreia do Norte não é iminente, dizem EUA. Para americanos, escalada retórica não indica deterioração de cenário. 
• Discurso feminista normaliza violência contra prostitutas, diz líder de grupo. Pye Jakobsson, presidente do Global Network of Sex Work Projectd, entidade que reúne mais de 200 associações de trabalhadores sexuais pelo mundo. É contra parte do movimento feminista que, paradoxalmente, as trabalhadoras do sexo se mobilizam. "Elas se acham no direito de falar em nosso nome, nos tratam como se fossemos crianças ingênuas e vulneráveis, o que nos expõe mais ao perigo. Para mim, isso é o oposto do feminismo", reclama a sueca Pye Jakobsson, 48, presidente da Global Network of Sex Work Projects. A organização internacional reúne mais de 200 entidades de prostitutas de 71 países em prol da regulamentação desta atividade e de seu entorno, hoje criminalizado em boa parte do mundo. 

Distritão é escusa para financiamento público passar sem resistência.
Discute-se muito nestes dias a proposta de alterar o modelo de eleição de deputados. O centenário sistema proporcional, que distribui cadeiras no Legislativo à razão da fatia de votos de cada agremiação, daria lugar ao distritão.
Os assentos passariam a ser dos indivíduos mais votados em cada Estado. A diferença parece sutil, mas lançaria a política num quadro de elevada incerteza.
É apenas preliminar o exercício de extrair das listas do pleito de 2014 os candidatos mais votados -menos de 10% dos deputados federais então eleitos ficariam de fora da Câmara nessa simulação. O jogo do distritão subverte as estratégias das legendas e torna imprevisível o desfecho.
Nesse modelo, há um equilíbrio difícil entre a força de um partido na sociedade -medida pela votação agregada- e seu poder parlamentar. Prevalece a sub ou a sobrerrepresentação, às vezes exacerbadas. Essa é a razão provável de ter sido descartado em democracias maduras.
No Brasil, o desejável seria estabilizar a relação entre o Congresso composto por fragmentos indecifráveis e indistinguíveis de agremiações, de um lado, e o poderoso presidente da República, do outro, eleito pelo voto majoritário e portanto, rejeitado por fatia expressiva do eleitorado.
O distritão, ao incentivar o descasamento entre a representatividade social e a parlamentar dos partidos, contribuiria para a confusão geral. Além disso, poderia dificultar a tarefa típica do Legislativo de antepor-se a um aventureiro no Planalto.
O projeto já atrai oposição no Congresso suficiente para tornar incerta sua aprovação, mas cumpre o papel de reter as atenções enquanto o elefante do financiamento público desfila sem resistência.
Despejar mais R$ 3,6 bilhões na campanha concorre para ser o maior erro já cometido nas reformas políticas brasileiras. Menos pelo seu custo que pelo reforço à trilha da oligarquização das legendas. (Vinicius Mota)

A necessária desconstrução de Paulo Freire.
Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes. (Paulo Freire)
A frase em epígrafe, repetida da mais singela salinha de professores ao plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), é um primor de incorreção pois nega existência à própria ignorância, transformada em cada vez mais comum forma de saber. No entanto, esta frase e tantas outras platitudes de Paulo Freire são a isca que atrai para seu objetivo central: a militância revolucionária através da educação. E aí se instalam minhas mais profundas divergências em relação ao produto do autor de A pedagogia do oprimido.
Quem lê Paulo Freire rapidamente chega a uma conclusão: sob o ponto de vista literário, o patrono da educação brasileira é medíocre; sua escrita não tem originalidade; a forma é descuidada; o vocabulário é reduzido e, não raro, incorreto ou inadequado. Se o revolucionário quer fazer revolução, calce as botas de campanha e arme-se até os dentes, se esse é o objetivo, ou, se preferir a via institucional, limpe a garganta, agarre-se ao megafone, suba no palanque ou produza seus panfletos. Se o professor quer ensinar, pegue seu material didático e vá ministrar os conteúdos que domina. Mas não venha o pedagogo plantar revolução nas mentes infantis e juvenis. Isso pode ser objeto de lauréis distribuídos em quitandas acadêmicas ou nos mais altos níveis do mundo intelectual, pode granjear elevadíssimo reconhecimento entre camaradas, mas não é um bom serviço prestado às sucessivas gerações sobre as quais se exerce sua influência.
A ideia da pedagogia fazendo revolução e da revolução fazendo pedagogia foi amplamente transformada em experiência histórica. A ela foram submetidos centenas de milhões de jovens, em sucessivas gerações, na Ásia, no Leste Europeu e na África, durante boa parte do século passado. O produto foi, sempre, um enorme sacrifício da liberdade, da criatividade, da espiritualidade. Sacrifício, por vezes, cruento, daquilo que há de mais humano no ser humano, portanto.
Nota do autor: O texto acima é um pequeno extrato do capítulo que escrevi para o livro Desconstruindo Paulo Freire, obra coletiva, coordenada pelo prof. Thomas Giulliano, composta por seis ensaios sobre o legado do patrono da educação brasileira (!), visto desde diferentes ângulos.
Enfrenta-se, no livro, a tutela que Paulo Freire, em pleno século XXI, continua exercendo sobre os cursos de formação de educadores, a despeito dos desastrosos resultados colhidos nas avaliações dos alunos e das eloquentes lições da história. A estes professores, principalmente, se dedica a obra. (Percival Puggina, arquiteto, empresário e escritor) 
O corpo é um instrumento para sentir. Escolhemos muito do que nosso corpo sente. Quero escolher alegria. (Linda e Richard Eyre)

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